Porque todos parecem viver numa sociedade em rede, onde conexões entre pessoas estão cada vez mais velozes; porque o tempo entre o acontecimento e a divulgação do fato é absurdamente curto; porque a informação nos chega com o mais absoluto imediatismo, em texto, áudio e imagem. Por isso é possível acreditar que estamos vivendo uma revolução.
O termo aqui empregado se refere às mudanças na comunicação, na expressão dos indivíduos e no comportamento da mídia - passando pelo jornalismo, entretenimento e telecomunicações, sem contar com o espaço cultural novo que se forma virtualmente. As mudanças estão nas novas tecnologias dos celulares, na TV digital que está surgindo e, principalmente, na internet. Já estaríamos próximos à realidade dos Jetsons?.. Pelo menos não se está tão distante como há muito pouco tempo.
Jornalismo aberto feito em sites e blogs, chegando facilmente nas caixas postais on-line de um mailling gigantesco; ou, simplesmente, produtores de conteúdo, espalhando notícias (de fato ou não) na web, ali, bem fácil, ao alcance de qualquer um. Seria uma reinvenção do conceito de comunicação? Provavelmente. E por que não?!
Assim como já se passou por revoluções políticas, econômicas e sociais, que estranheza tanto causa mudar as perspectivas da expressão comunicacional e as configurações midiáticas e informacionais? Talvez aquele velho medo do novo, que corrói todas as certezas firmadas nas academias (e no batente), que vão se esvaindo no fluxo veloz da Era da Informação.
Se se espera viver em um espaço democrático, pode-se começar aceitando que a linguagem está mudando, com as infinitas possibilidades ofertadas pela tecnologia e multimídia. Todos hoje podem ser os protagonistas da história: basta ter acesso a um espaço virtual. E, em um clique, a informação que se deseja dividir está disponível para um sem-fim de indivíduos – inúmeros mesmo, em se tratando de brasileiros, que são recordistas mundiais em tempo gasto na internet.
E esse é um exercício livre da expressão individual, que não precisa esperar pela edição do jornal, pela cobertura das rádios e TV’s. É onde estão os fatos que serão manchetes do dia seguinte, que servirão de ponto de partida para a apuração mais refinada das grandes reportagens, sem demérito algum. Pois, há, sim, prestação de serviço, furos, notícias relevantes.
Deixando qualquer inocência de lado, há de se lembrar dos factóides, das barrigas, do mau uso do meio virtual. Mas isso não é exclusividade dos blogueiros e afins, está em qualquer redação onde o jornalista não leva consigo a responsabilidade da profissão. Esse novo veículo de comunicação traz tantos medos e incertezas quanto trouxe o rádio ou a televisão, em seus respectivos nascimentos. Mas há de se respeitá-lo; porque se não nos adaptarmos a ele, seremos engolidos por esse monstro em crescimento, ignorados pelos novos tempos da comunicação.
Um comentário:
Texto muito pertinente à atual situação do Jornalismo no Brasil. São novas categorias jornalísticas, novos modos de transmitir informações, o receptor também se torna emissor (tudo ao mesmo tempo). Os blogs e as mídias Wiki estão aí para mostrar isso. E o jornalista tem que estar atento a tudo e à frente de tudo para garantir o seu espaço como profissional e continuar não apenas com a atenção do seu público-alvo, mas como "entidade" formadora de opinião por natureza. Excelente!
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